Junte-se a nós para ouvir os líderes comunitários da biozona da Mata Atlântica do Brasil que estão lutando para cultivar alimentos para suas famílias e comunidades em resistência direta à expansão de plantações destrutivas de eucalipto controladas pela grande empresa de celulose Suzano.
Os territórios indígenas e as terras ocupadas por quilombolas foram tomados para as plantações de eucalipto e a expansão ainda não terminou. As plantações industriais da empresa brasileira Suzano (a maior empresa de celulose do mundo) cercam e isolam muitas pequenas comunidades agrícolas, esgotando as fontes de água locais e expondo pessoas, plantações e animais de criação a pulverizações de pesticidas. As plantações de eucalipto secaram córregos, rios e até lagos em territórios onde os direitos à terra são disputados. As plantações substituem a floresta nativa e não sustentam nenhuma vida animal, exceto o pólen de eucalipto que alimenta as abelhas.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está retomando as terras de plantação e transformando-as em agricultura agroecológica e agroflorestal, argumentando que a terra pode ser produtiva para a agricultura e para as pessoas, em vez de para a produção de celulose e para a Suzano. As comunidades quilombolas estão lutando pelo reconhecimento legal de suas terras, já que a Suzano continua a invadir as fazendas locais e as terras tradicionais da comunidade.
O contato com esses líderes foi feito durante visitas a comunidades no Brasil, em maio de 2023, por Lucy Sharratt e Kaitlyn Duthie-Kannikkatt, da Canadian Biotechnology Action Network (CBAN), como parte de uma delegação internacional para trocar informações sobre árvores geneticamente modificadas e plantações industriais. Clique aqui para obter informações sobre o intercâmbio.
Histórico: A empresa de celulose Suzano afirma ser proprietária de 1,4 milhão de hectares de plantações de eucalipto no Brasil. Isso inclui territórios indígenas e terras ocupadas por povos e comunidades quilombolas e camponeses. As plantações de eucalipto da Suzano são responsáveis por graves danos sociais, ambientais e climáticos, incluindo desmatamento, poluição, escassez de água e destruição de terras férteis. No estado do Espírito Santo, as famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) produzem mais de 100 toneladas de alimentos por ano em terras que retomaram dos eucaliptos da Suzano. Ninguém come eucalipto, e mais de 33 milhões de famílias passam fome no Brasil. Se os 1,4 milhão de hectares de plantações da Suzano fossem usados para a reforma agrária, seriam suficientes para garantir a sobrevivência de mais de 115.000 famílias. – Extraído de “O que você deve saber sobre a Suzano Papel e Celulose” Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais, 2023.
Célio Pinheiro Leocádio é quilombola, nascido no Quilombo de Volta Miúda, em Caravelas, no extremo sul do estado da Bahia, no nordeste do Brasil. Ele é um mobilizador e ativista. Célio é Coordenador dos Movimentos e Articulações Quilombolas do Extremo Sul da Bahia e Presidente da Associação dos Produtores Remanescentes de Quilombos de Volta Miúda – Caravelas.
Diosmar Filho é doutorando em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Brasil. É pesquisador e coordenador científico da Associação de Pesquisa Iyaleta, onde lidera a pesquisa “Desigualdades e Mudanças Climáticas”. Coordenou o projeto de pesquisa “Amazônia Legal Urbana – Análises Socioespaciais das Mudanças Climáticas (2020/2022)” e atualmente é co-líder do projeto de pesquisa “Adaptação Climática: uma interseção entre o Brasil 2022-2024”.